terça-feira, 24 de junho de 2014

Frentistas arriscam vida por falta de EPI's


Além de ficarem expostos aos assaltos e aos mais variados tipos de violência, os frentistas que trabalham em postos de combustíveis também estão vulneráveis a sérios problemas de saúde. No Cariri, tem sido comum o frequente descaso dos donos de postos com os utensílios de proteção obrigatórios para o exercício da profissão. Eles não só descumprem as legislações vigentes, mas colocam em risco a vida dos profissionais.

A morte recente de um frentista, ocasionada por intoxicação, deixou os profissionais da área preocupados com a constante exposição às substâncias. De acordo com o trabalhador Gustavo Almeida, o contato frequente com os solventes da gasolina costumam causar problemas de saúde. “Às vezes temos problemas respiratórios, neurológicos, gástricos, entre outros”, explica.

O empresário Arlindo Borges defende o uso dos materiais. “Vejo muitos postos em Juazeiro, Barbalha e Crato que não dão subsídios para o exercício seguro de seus funcionários. Eu prezo pela segurança dos meus frentistas. Trata-se de respeitar à saúde e a vida deles. Sempre faço manutenção nas bombas de gasolina, nunca utilizei substâncias adulteradas, disponibilizo de material de proteção e peço, sempre, a fiscalização do corpo de bombeiros para saber se tudo está dentro da conformidade legal”, declara.

De acordo com o assessor de comunicação Antônio José, do Sindicato dos postos de combustíveis do Ceará (Sindipostos), a entidade não tem como regra multar os postos, apenas orientar os associados sobre as leis vigentes e ensinar aos funcionários dos estabelecimentos a manusear os testes obrigatórios de combustíveis. “Vamos identificar os males e ajudar a consertar a adversidade para que os proprietários não sejam multados pela Associação Nacional do Petróleo (ANP), Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace), Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam), Agência Nacional de Saúde (ANS), Inmetro, dentre outros”, finaliza.

Fonte: Jornal do Cariri e Site Miséria

terça-feira, 17 de junho de 2014

Juazeiro do Norte-CE: Morre no HRC frentista intoxicado por derivados de petróleo

Demontier Tenório
(Foto: Ilustrativa)
Por volta do meio dia desta segunda-feira morreu em um dos leitos do Hospital Regional do Cariri (HRC) em Juazeiro do Norte, o frentista Raimundo Nonato Mascarenhas Xavier, de 53 anos. Ele residia na Rua Assis de Melo, 238 (Bairro Muriti) em Crato e estava internado há algumas semanas por conta de uma intoxicação crônica causada por produtos químicos derivados de petróleo.

Durante muito tempo, Raimundo Nonato trabalhou como frentista em postos de combustíveis daquela cidade. Ultimamente apresentava quadros de tosse, dificuldade respiratória, confusão mental, taquicardia, náuseas e vômitos. Normalmente, a falta de cuidados nessa atividade profissional evolui para uma doença chamada pneumonite química por aspiração. O corpo dele foi levado para necropsia no Instituto Médico Legal (IML) de Juazeiro.

PESQUISA – Uma recente pesquisa feita pela Universidade de São Paulo detectou que frentistas de postos de gasolinas estão sujeitos, também, a perdas visuais, principalmente na capacidade de discriminar cores, por conta da exposição aos solventes existentes na gasolina. Uma situação que, as vezes, passa despercebida nos exames oftalmológicos convencionais. Os frentistas têm contato diário com solventes da gasolina como benzeno, tolueno e xileno, e não há um controle normativo forte.

Na região do Cariri, é comum ver tais profissionais sem fazerem o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Alguns postos não possuem enquanto, noutros, o proprietário não exige ou o funcionário não costuma usá-los sem imaginar futuros problemas de ordem neurológicos e respiratórios. De acordo com estudos, não existem parâmetros de segurança para a exposição à mistura de substâncias presentes na gasolina.

Fonte: http://miseria.com.br/?page=noticia&cod_not=122589