sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Julgar as pessoas, você faz isto? Será?


Por Leonardo Marioto
Sim. Você julga. Principalmente se for alguém que você não conheça, ou até mesmo as pessoas que você “acha” que conhece. É a mesma coisa que dizer que não ligamos para o que os outros pensam sobre nossa pessoa. É claro que ligamos. Ou vai me dizer que você não se sente mais motivado e feliz quando recebe um elogio sincero de seu chefe? Mas voltando ao outro assunto, sabe por que você julga? Porque todos nós julgamos. Quaisquer pessoas que apareçam em nossas frentes. É automático. Não tem como não julgar.
Primeira coisa que reparamos é a aparência desta pessoa, mas por que será? Aparência faz de você alguém melhor ou pior do que o outro? Ela determina a nossa inteligência ou as nossas capacidades? “Ter uma boa aparência” é sinônimo de que? Mas, vem cá, o que é ter uma boa aparência? É ser loiro? Ser moreno? Ser azul ou cor de rosa? Quem que pode determinar o que é belo e o que não é? Será que vemos a mesma beleza de forma igualitária, ou seja, todo mundo vê algo e compartilha da mesma opinião? Ou será que às vezes podemos gostar de uma coisa e o outro achar bem esquisito? Ou feio, ou ridículo, ou gostar mais ainda do que você acha que gosta? Aparência faz alguém se sentir seguro consigo mesmo? Eu sou a prova viva que não. Não faz nos sentir nada, só para pessoas que acreditam que a aparência é peça chave fundamental para você “ser algo” neste mundo. E o que é ser algo? Será que o mesmo algo que eu idealizo você também idealiza? É óbvio que não. Mas quem será que colocou estes conceitos em nossas cabeças? Boa pergunta. Se eu soubesse da resposta eu ficaria rico, com toda a certeza, abriria um consultório e falaria as palavras mágicas para você se curar de ser humano, para você se curar das suas inseguranças e viver a vida até a sua morte, feliz.
O que você tem a ver se o outro gosta de pagode e você de música eletrônica? O que irá mudar na sua vida se a pessoa prefere homens ao invés de mulheres ou vice e versa? O que irá mudar na sua vida se a pessoa é negra, azul, branca, amarela ou florescente? É claro, estou dando estes exemplos de “cores” e sexualidade porque são umas das coisas que mais são julgadas por nós. Mas vamos a outro exemplo bem simples. Você será mais rico ou mais famoso se o outro gostar de pizza igual a você? Mas o que pizza tem a ver? Você não liga se a pessoa gosta de pizza ou não, não é? Não ligamos pois “gostar” ou não de pizza é algo praticamente irrelevante. Mas se você realmente for parar para pensar, o gostar de certo prato de comida que o outro não gosta não pode ser comparado a quando você sente mais empatia com certa religião do que outra? Será?
Vamos a outro exemplo mais extremo, ladrões. Julgamos, não tem como não julgarmos a perversidade de uma pessoa quando ela tira a vida de outrem, ainda mais se esta vida estiver de alguma forma, conectada com a nossa. É bem complicado aceitarmos coisas como esta. Mas pare para pensar em um momento. Será que se nós não tivéssemos nascidos com a mesma cabeça que estes seres nasceram, não seriamos iguais a eles? Ou se nós tivéssemos uma infância conturbada, será que não seriamos uma pessoa diferente do que somos agora? Eu não sei. Não tem como saber. Porém está mais do que provado que nós influenciamos o ambiente, e por ele, somos influenciados. Ou não? Quando estamos sozinhos em uma festa, sentimos a mesma felicidade do que quando estamos rodeados de amigos que gostamos? Talvez.
Entretanto podemos sim tentar fazer algo. Tentar compreender melhor o outro, pois, sabe o que irá mudar em nossas vidas se vivermos com certos pensamentos um tanto quanto preconceituosos? Nada. Você só estará perdendo um precioso tempo de sua vida, deixando de pensar em si mesmo e abdicando de ir atrás de suas coisas, seus planejamentos. Mas esta história é muito complicada. Sabe por quê? Pelo que já foi dito. Cada um foi criado de uma maneira, cada um tem seus próprios pensamentos, cada um teve sua singularidade familiar, então digo que é, talvez, quase que impossível que em algum dia alcancemos tal evolução mental. Não acredito nisto. Mas é lógico, o que estou dizendo não é para você sair matando todo mundo. Não estou dizendo para você não ficar indignado com as perversidades que nossos políticos fazem conosco. Não é pra sair aceitando tudo que é lhes dado. Mas se um dia, alguém conseguisse tal evolução, de pelo menos, compreender um pouco mais as atitudes do outro (compreender não tem nada a ver com ACEITAR TUDO e viver uma vida passiva) pode ter a certeza, esta pessoa seria a mais segura e feliz deste mundo.
Este texto é claramente pessoal. Você não precisa e nem deve pensar assim. Você deve pensar o que acha que tem de pensar, porém, aguente as conseqüências de seus atos depois, e também, os sofrimentos causados pelos seus pensamentos.
Mais artigos do mesmo autor disponíveis em: www.leonardomarioto.com

Fonte: Portal Gestão de Pessoas

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