sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O papel dos líderes na retenção de pessoas


Por Anderson Rocha


Em um mundo caracterizado por tão intensa competitividade, pela inerente necessidade de pressa para vender e comprar, pela inovação brilhante e pela alta qualidade, a menos que se consiga com que as pessoas engajem voluntariamente seus corações, mentes e espíritos - e não somente seus corpos - nunca se chegará lá.
Um aspecto para isso torna-se fundamental: como manter pessoas talentosas nas empresas? 
Infelizmente não se tem dado à devida atenção a esse aspecto tão importante. Nesse contexto a liderança tem um papel decisivo, devendo aprender ao máximo acerca dos anseios dos colaboradores, fazendo perguntas do tipo: o que podemos fazer para mantê-lo conosco? Que espécie de atividades quer desenvolver em sua carreira no futuro? Obtendo também feedback sobre o ambiente de trabalho e seu estilo gerencial, encorajando as pessoas a ser tão específicos quanto lhes seja possível quanto às origem de seu descontentamento.
Os líderes também devem tomar bastante cuidado com os sinais prematuros de desinteresse, tais como: uma mudança no comportamento, tal como chegar atrasado e sair mais cedo, uma diminuição no desempenho, queixas repentinas de uma pessoa que não costumava se queixar, afastar-se dos outros, falando de esgotamento.
É importante que a liderança detecte prematuramente alguns desses sinais e organize imediatamente um encontro em particular com o colaborador, explicando o que foi notado e pergunte-lhe se existem preocupações mais profundas por trás das queixas ou da mudança de comportamento. Diga, caso seja sincero, o quanto você o estima, e peça ajuda para mudar a situação.
O ser humano deve ser visto e valorizado. Infelizmente ainda existem muitos discursos e poucas ações práticas em relação à valorização das pessoas. Sem a participação, o diálogo, o reconhecimento e o estímulo às pessoas, dificilmente se conseguirá obter uma melhoria significativa na qualidade de vida no trabalho e consequentemente um aumento significativo da produtividade. Estudos revelam que o bom relacionamento é mais importante para a retenção de pessoas talentosas do que as políticas amplas da empresa, tais como salários e regalias.
Decisões corretas sobre pessoas exigem conhecimentos de suas individualidades e de como as habilidades de cada um podem ser reconhecidas e utilizadas da melhor maneira.
Produtos e serviços de qualidade decorrem do compromisso pessoal e do prazer de trabalhar. A dignidade no tratamento as pessoas, a abertura nas relações interpessoais, o espaço para a participação e o diálogo são fatores determinantes. As pessoas produzem mais quando se sentem bem. Colaborador feliz quase sempre é igual a aumento de produtividade e mais lucro para todos.
Esse sim é o grande desafio e o diferencial das empresas de sucesso, pois todas as mudanças começam nas pessoas. A principal vantagem competitiva das empresas decorre das pessoas que nelas trabalham. É necessário eliminar o desperdício humano em nossas organizações, especialmente porque sabemos que são as pessoas que determinam o sucesso ou o insucesso de um negócio. O sucesso das empresas é o sucesso das pessoas que as compõem.
O escritor uruguaio Eduardo Galleano, em uma de suas reflexões, diz: cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. O importante é incendiarmos a vida com tanta vontade que quem chegar perto contagia.
Anderson Rocha é professor, palestrante e especialista em desenvolvimento de líderes. 

Fonte: Portal Gestão de Pessoas

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