sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Qualidade de vida é prioridade na mudança de emprego para outra região


Autor: Caio Lauer

Trânsito, violência e falta de tempo. O caos das grandes cidades faz com que muitos profissionais reflitam sobre sua permanência em empresas sitiadas nestas metrópoles, e sobre a qualidade de vida própria e da família.   
       
O estudo foi feito na Grande São Paulo, com mil pessoas de diversas regiões e faixa etária a partir de 16 anos de idade. De acordo com o levantamento, o principal motivo para a mudança seria a qualidade de vida, com 34% dos votos (item mais citado).

O profissional enxergou que a qualidade vida é prioritária para seu desempenho no trabalho. As próprias empresas investem nesta questão, desde qualidade na alimentação até a flexibilidade de horários. “Demorar uma hora e meia para chegar ao trabalho todos os dias é muito estressante. A segurança também é outro ponto, e o profissional reflete sobre o ambiente e a rotina que quer oferecer para seus filhos”, comenta Roselake Leiros, coach, palestrante especializada no comportamento humano e diretora da CrerSer Mais. No caso de mudança para um centro menor, a especialista recomenda que o profissional estude a cidade em questão e reflita sobre como seria sua vida e a de sua família na determinada situação. “A região pode ser considerada pacata, mas, às vezes, pode ser sossegada até demais para o ritmo de quem sempre morou em uma grande cidade”, ressalta.
Alguns fatores devem ser levados em consideração para quem vai mudar de cidade. É preciso pesquisar sobre a região onde vai residir, e verificar se dá condições para a instalação plena da família. Por ser uma decisão importante, deve haver bastante diálogo entre os envolvidos (esposa e filhos, por exemplo). “Dependendo do nível hierárquico do profissional, existe a possibilidade de uma negociação com a empresa contratante em relação à adaptação da família. Muitas organizações se preocupam com isto, e auxiliam o empregado nesta fase de adaptação, verificando escola para os filhos e até um novo emprego para a esposa” explica Claudia Carraro, coach de carreira.

A chance de trabalhar fora de um grande centro pode ser também uma ótima oportunidade profissional. Hoje, cidades menores conseguem oferecer boas opções profissionais, até por conta da crescente economia do país – o nível de maturidade das empresas aumentou bastante, e todas, independentemente da região que se instalam, buscam um mesmo padrão de qualidade.

Porém, uma simples proposta de aumento de salário pode não compensar. Receber um valor maior todo mês não significa satisfação no trabalho, pois o custo em uma cidade menor pode ser equivalente ou até maior do que em uma metrópole, caso o profissional tenha que alugar uma nova casa ou investir na compra de um novo imóvel, por exemplo.
Oportunidades de emprego para jovens profissionais

Aceitar uma mudança de emprego para uma polo menor pode ter relação com a idade do profissional. Os mais novos tendem a aceitar este tipo de convite com mais facilidade, pois não são tão enraizados com questões de família e a chance de arriscar é muito maior.

O estudo da APPM também considerou as pessoas que deixariam sua família para conquistar um emprego em outra cidade. O resultado é que 67% não sairiam de casa, enquanto 23% mudariam para outra cidade. A faixa etária das pessoas que trocariam de cidade e deixariam a família fica entre 16 a 24 anos de idade. “Tudo tem que ser colocado no papel, fazer uma balança dos prós e contras em relação a salário e desenvolvimento profissional”, pondera Claudia.

Ainda para a coach, quando o profissional é solteiro, também é necessário conhecer a cidade antes e sentir se será uma adaptação fácil. “Às vezes, o que é qualidade de vida para um, pode não ser para outro”, completa.



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